O poder dos bloqueios e crenças familiares – uma analogia com o elefante domesticado
- Cleandho Souza
- 5 de mar.
- 3 min de leitura

Você já se deparou com alguma situação dizendo a si mesmo que algo não é possível e alguém simplesmente vai lá e faz? Já se pegou tendo pensamentos do tipo “eu não sou capaz de fazer algo” ou “eu nunca vou conseguir”. Pois se você sente que algumas coisas são muito desafiadoras e que você carrega bloqueios em alguma área da sua vida, siga lendo esse texto
Quando a proteção e cuidado passa a se tornar um bloqueio
Quando crianças, crescemos em um ambiente familiar onde são colocadas diversas limitações e imposições. Na época, muitas frases são ditas como forma de proteção e carinho, mas que podem se converter em limitações em outras fases da vida.
Escutamos frases como: “Você não pode fazer isso”, “isso é feito”, “isso não é coisa que uma mocinha/mocinho comportado deveria fazer”. Em outros momentos podemos também escutar coisas como “você não consegue”, “isso é muito pesado/difícil/complicado para você”, “você não é capaz”, entre outras. Muitas vezes não percebemos, mas de certa forma isso pode se infiltrar na nossa psique.
Carl Jung explora um termo na psicologia analítica que advém da antropologia chamado de “participation mystique”, onde o indivíduo não consegue se distinguir muito claramente em relação ao objeto. Quando crianças, muitas vezes ficamos muito identificados com aquilo que nossos pais nos dizem e esse efeito pode perdurar ainda na vida adulta, inclusive na ausência deles e assim podemos crescer como elefantes presos a uma corda.
A analogia com o elefante atado a corda
Quando filhote, o elefante é amarrado a uma corda grossa e uma estaca firmemente fincada no chão, da qual ele tenta inúmeras vezes se soltar, mas não consegue por ainda não ser forte o bastante.
Mesmo após um tempo, quando já se desenvolveu, mas ainda é jovem, ele segue lutando para se libertar daquela condição, mas vai pouco a pouco percebendo que mesmo que continue, não terá força o bastante e em um dado momento pode criar a sensação de que nunca será mais forte que a corda e desiste de suas iniciativas.
Esse nível de dominação chega a ser tão grande, que quando chega a idade adulta, o elefante ainda guarda a memória do quanto gastou energia à toa tentando se libertar, mas a essa altura, o domador pode até mesmo prendê-lo a uma fina corta com um cabo de vassoura que ele já não tentará se libertar.
Os condicionamentos da vida adulta e o processo terapêutico
Assim como a história do elefante, muitos chegam a fase adulta repetindo padrões sem questioná-los. Por vezes deixamos de ousar expandir nossos limites, pois em outros momentos acabamos sendo reprimidos e assim vivemos crenças de que algo não é permitido ou possível em nossas vidas.
No processo terapêutico, essas “crenças” são postas à prova, questionadas e analisadas. É como se dentro do processo analítico, o terapeuta fosse uma pessoa que encorajasse o elefante a tentar novamente e ver que a corda já não mais é capaz de detê-lo. Com isso, a pessoa que cresceu em uma atmosfera que carregava restrições pode confrontá-las para expandir seus limites e ir além.
E é claro que muitas das coisas que escutamos quando crianças serviu a algum propósito e até mesmo tiveram um viés de proteção, mas que pode ter deixado marcas que bloqueiam o potencial na vida adulta, portanto, é importante questionar quais são as nossas amarras.
E você, se identifica com essa história? Conte para mim nos comentários abaixo e caso você se sinta limitado em alguma área da sua vida, entre em contato para agendar um atendimento terapêutico. Quem sabe você não está prestes a se libertar de um cordão que te impede de ir além na sua própria vida.
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